Sunday, November 8, 2009

BARULHO LÁ FORA


06/09/2006



O barulho da construção

Socando

…e martelando

…e perfurando,

Rasgando a paz da manhã

Crianças brincando no pátio da escola

Berrando

…e gritando

…e guinchando,

invadindo a letargia das tardes

Vizinhos no corridor

Batendo

…e pisando

…e socando

Se intrometendo no refúgio das noites

As Ruas de Uma Cidade em Dia de Apagão


08/11/2009, do original do ingles de 31/10/2006

Visto da ponte nada parecia estar fora do normal além da evidente leveza no transito. Uma vez descendo e iniciando a caminhada pelas ruas em direção a parte norte de Manhattan onde eu morava, eu comecei a perceber que estava participando de uma prossição que me lembrou o dia do ataque terrorista de 11 de setembro. A diferença agora é que as pessoas não carregavam nelas aquela expressão de terror, medo e vulnerabilidade. Alguns estavam até sorrindo. O que me pareceu novo foi a presença no ar de uma energia harmoniosa e democrática. Pessoas de todas etnias e classes sociais se juntaram por causa do apagão. Praticamente todos os residentes do Upper East Side, de classe média alta, estavam embaixo nas ruas naquele dia calorento. Eles se encontravam sentados na calçada ou conversando em pequenos grupos em frente aos seus luxuosos condomínios. Eles estavam impedidos de subir porque elevadores não funcionavam; outros desceram para escapar do ambiente abafado dos seus apartamentos privados de ar condicionado.
Rapidamente apareceram voluntarios para distribuir garrafas d’agua, e alguns caras se materializaram sabe se lá de onde para interpretar o papel de sinais de transito. Como no dia do ataque de 11 de setembro, todos caminhavam por diferentes direções mas para um destino em comum, as suas casas, e porque nenhuma tragedia havia occorrido, todos se moviam de uma maneira ordeira e relaxada.